A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu, nesta terça-feira (03/12) absolver Sergio Rial das acusações relacionadas à divulgação de informações após o descobrimento de um rombo contábil na Americanas no ano passado.
No entanto, o ex-CEO interino João Guerra foi condenado. A CVM investigava a possível responsabilidade dos executivos pela exposição inadequada de informações relevantes, pela divulgação incompleta e inconsistente e pela falta de comunicação tempestiva de novos fatos importantes.
O colegiado da CVM, composto por quatro membros isentou Sérgio Rial das acusações de violação do dever de sigilo e da divulgação inconsistente ou incompleta de informações. Por outro lado, a comissão decidiu condenar Guerra por não ter comunicado de forma oportuna novos fatos relevantes, impondo-lhe uma multa de 340 mil reais, embora ele tenha a possibilidade de recorrer da decisão.
A defesa de João Guerra argumentou durante o julgamento que a Americanas já havia divulgado uma gravação da teleconferência realizada após o fato relevante de 11 de janeiro, bem como um vídeo complementar que foi disponibilizado. O fato relevante, assinado por Sergio Rial e pelo diretor de Relações com Investidores, André Covre, tratava da detecção de “inconsistências contábeis” de mais de 20 bilhões de reais.
O caso da Americanas, envolvendo o rombo contábil de 20 bilhões de reais, expôs falhas graves na gestão financeira da empresa e gerou um impacto profundo no mercado e na confiança dos investidores. A descoberta das inconsistências contábeis, que permaneceram ocultas por um período, evidenciou a falta de transparência e a falha na divulgação de informações cruciais por parte dos executivos da varejista. O episódio não apenas resultou em renúncias de altos dirigentes, como também reforçou a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa sobre as práticas contábeis e a governança corporativa no Brasil, colocando em debate a responsabilidade de empresas e seus líderes perante os acionistas e o público.
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